segunda-feira, abril 10, 2006

 

LEITE MATERNO

E ao abrir a caixa de comentários, com aquela antecipação que nos é comum, mesmo aos bloguistas que comentam pouco nos blogues dos outros, comportamento que, aparentemente, denota um altivo desprezo pelo que se passa no hiperespaço dos posts, estremeço com o nome que se destaca a azul. Por instantes, forma-se-me aquele nó, de localização difusa, nem na garganta nem no estômago, algures num meio caminho qualquer, num lugar em que aperta e faz suspender um suspiro. Aquela senhora é uma mãe! Visito-a amiúde a convite do André. Admiro-a pela doçura com que escreve, pelo humor, pela juventude que adivinho nos seus textos. E por ter um filho de quem gosto. Pertence a uma geração que preconiza que há assuntos que o não são, na medida em que não estão sujeitos a debate. Não existem, portanto. E vem aqui, lê o que eu escrevo. E diz que foi bom termo-nos encontrado. E, graças a Deus, repete-o. Para que não me subsistam dúvidas!

Na minha mania de encontrar sinais, faço a leitura que me convém. E ter uma mãe assim neste meu espaço traz-me a memória da ternura, da maciez, do cheiro que tinham as mãos da minha mãe quando me fazia aquela festa tão sua, encostando-me na testa a palma da sua imensa e tão elegante mão. E eu ficava cheia de calma. Serena. Tranquila. Como agora.

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