segunda-feira, janeiro 29, 2007

 

FACILITADOR DE (ALGUMAS) VIDAS

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sexta-feira, janeiro 19, 2007

 

SIM. PORQUE NÃO?

Ando às voltas com isto há já algum tempo. Mas irrita-me que toda a gente fale do mesmo. Eu sei que é tema do momento, que faz falta discuti-lo. Mas não consigo deixar de sentir um certo enfado, uma certa necessidade impreterível de ser original e não falar do mesmo que os outros. Até aqui é fácil. O pior é quando dou por mim a pensar repetida e insistentemente naquilo de que os outros permanentemente falam... E enfio a minha arrogância-snob-mania-de-ser-original num saco do lixo preto com atilhos, amarfanho-o bem e atiro-o para o canto mais esconso da minha atafulhada arrecadação. Literal e metaforicamente falando, entendamo-nos. Afinfo-lhe umas bombadas de Dettol - para acabar de vez com o bicho e qualquer remota possibilidade de reanimação - e... eis-me aqui.

Já votei não. Convicta das minhas opções, defendi acaloradamente o meu voto. Senti pena e desdém e também um bocadinho de sobranceria por quem, coitado, tinha de escolher sim por ser tão básico e primário que não ascendia ao não. Isto foi há quantos anos? Não faço ideia. Para mim, o tempo é o que faço com ele e, da mesma maneira que posso saber exactamente quantos dias passaram desde um determinado acontecimento importante, não sei (e não ligo nenhuma pelos vistos, porque é assunto recorrente no momento) quando foi o anterior referendo. Também, só me serviria para fazer uma estimativa do tempo que levei a SER mais um bocadinho. Na verdade, não mudei. Não me tornei menos arrogante, limitada e um pouco imbecil. Continuo a sentir que a maioria das gravidezes indesejadas decorrem de comportamentos irresponsáveis, ainda que saiba que não é sempre assim. Mas, pelo menos comigo, o que predomina são os afectos e não me adianta de nada saber coisas. E, neste particular, há uma rede intrincada de emoções que me levam a bloquear a capacidade de evoluir no meu sentir. Votaria não, portanto, de novo. No entanto, alguma coisa está diferente em mim. Que só interfere com esta questão específica porque é transversal a tudo o que sou. Tornei-me infinitamente mais tolerante. Quem sou eu, afinal, para julgar quem quer que seja? Ainda que, na minha moral, considere os outros irresponsáveis, inconscientes, ignóbeis? E depois? É a vida deles. Que tenho eu a ver com isso? Como posso, com o meu voto, cercear a possibilidade de cada um escolher o seu caminho ainda que convicta de que não seria o meu? Como posso, sequer, ter a certeza de que não seria? Nada me garante que o meu não, é melhor que o sim dos outros. Até porque decorre apenas de uma atitude moral distorcida, assente em princípios dúbios do que é certo e errado. Nem sequer me impressiona a questão da vida que se mata, do coraçãozinho que já bate... O meu não é rígido, intransigente, cobarde. E eu não quero ser assim.

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