quarta-feira, maio 24, 2006

 

O PÁSSARO AZUL

Há dias uma amiga, não muito íntima mas que me conhece há mais de uma década, exclamou, repentinamente e fora do contexto, porque eu falava de trabalho, ainda que de pessoas:"Tu estás apaixonada!". O tom foi um misto de surpresa, perplexidade e um tudo-nada de descrédito, quase como se já não fosse possível a alguém - e a mim em particular - apaixonar-me e manter-me nesse estado. Respondi-lhe que sim. Que estou muito apaixonada. Há 2 anos. Contra todas as expectativas, previsões, conhecimentos mais ou menos científicos que não vaticinam mais do que 6 meses de vida, no máximo 1 ano, para a euforia da paixão. A seguir vem o amor. Ou o nada. O vazio. É o que dizem. Mas eu já amei. A seguir a estar apaixonada. E já amei, sem paixão nenhuma. E já estive só, mesmo que muito, apaixonada. O que nunca me tinha acontecido era amar apaixonadamente. E não me parece que seja um lugar, uma estação ou apeadeiro da linha que leva ao amor (ou ao nada). É o sentimento mais forte, mais completo, mais arrebatador que já experimentei. Que mais preenche, que me enleva, que me faz sentir maior, melhor, exigente comigo e com ela e com o que a vida me dá. E, ao mesmo tempo, me deixa cheia de tolerância, bonomia, disponibilidade, verdadeira alegria por estar viva, por ter saúde, por viver num país com sol e mar e céu azul.

Sei o que a minha amiga viu no meu olhar. É o que toda a gente tem visto. Por isso me falam na luz que emito, no meu bom aspecto, no riso que solto fácil. É felicidade.

domingo, maio 21, 2006

 

este blog foi tomado de assalto

a verdadeira dona (Maria Carolina) faz hoje anos, está ao telefone e nem imagina que eu estou a assaltar a "casa" dela!
pois MUITOS PARABÉNS minha querida!

quarta-feira, maio 10, 2006

 

LAXISMO

Os últimos que são paneleiros e estão no hino da Galp para o mundial, já me proporcionaram duas boas discussões. Numa delas (e quem esteve envolvido sabe a qual me refiro) optei por abandonar o ringue, até porque me pareceu que partíamos de pressupostos diferentes e havia uns mais a jogar do que outros. Ou uns mais contra outros, embora isso não me interesse. O problema está mesmo aqui. No que me interessa ou não. E isto leva-me à outra discussão que, por acaso (ou talvez não) ocorreu cronologicamente primeiro. E essa sim. Porque foi tida com a pessoa cuja opinião mais prezo, que mais admiro, que mais respeito (e não, por favor não me subestimem - eu não estou cega de paixão) deixou-me cheia de interrogações e incertezas. Ainda que, num registo muito meu, de que nada me orgulho, não o tivesse demonstrado na discussão posterior. Disse-me ela, mais ou menos, que eu sou demasiado condescendente. Pior! Que, no que toca à homossexualidade, eu tenho, por vezes, um comportamento de certa forma pactuante com a discriminação. Que, se bem que censurando ambas todos aqueles que passam a vida a descortinar atitudes homofóbicas em todas as azias de empregadas de lojas, eu teria uma espécie de abordagem oposta, tendendo a desdramatizar, quase a ilibar alguns comportamentos declaradamente discriminatórios. E que isso teria a ver com a minha dificuldade em assumir claramente uma posição a favor da homossexualidade. Naturalmente, o que ela me diz não cai em saco roto (palavra que, neste contexto, não resisto a salientar...). E dei comigo a pensar no assunto, repetida e inopinadamente, muitas vezes. Concluí que, independentemente da causa, eu tenho permanentemente essa atitude. Que assumo sempre uma postura de tolerância, calma e serenidade, expoente máximo da caravana que passa enquanto os cães enrouquecem de tanto ladrar. Que não me movimento em defesa de nada, nem daquilo em que acredito. Que só me preocupo com o não fazer directamente mal ao próximo, com a contribuição anual para o Banco Alimentar e com a manutenção da harmonia familiar. Que não me empenho. Que não me interesso. E isto tem um nome. Que soa a coisa de provocar diarreia, ainda que desejada. E também cheira mal.

quarta-feira, maio 03, 2006

 

PICA-O-PONTO

Diz-me ela: E tu? Quando é que escreves?

Agora não amor. Que tenho que trabalhar. E, para além disso, tenho as unhas pintadas.

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