quarta-feira, maio 10, 2006

 

LAXISMO

Os últimos que são paneleiros e estão no hino da Galp para o mundial, já me proporcionaram duas boas discussões. Numa delas (e quem esteve envolvido sabe a qual me refiro) optei por abandonar o ringue, até porque me pareceu que partíamos de pressupostos diferentes e havia uns mais a jogar do que outros. Ou uns mais contra outros, embora isso não me interesse. O problema está mesmo aqui. No que me interessa ou não. E isto leva-me à outra discussão que, por acaso (ou talvez não) ocorreu cronologicamente primeiro. E essa sim. Porque foi tida com a pessoa cuja opinião mais prezo, que mais admiro, que mais respeito (e não, por favor não me subestimem - eu não estou cega de paixão) deixou-me cheia de interrogações e incertezas. Ainda que, num registo muito meu, de que nada me orgulho, não o tivesse demonstrado na discussão posterior. Disse-me ela, mais ou menos, que eu sou demasiado condescendente. Pior! Que, no que toca à homossexualidade, eu tenho, por vezes, um comportamento de certa forma pactuante com a discriminação. Que, se bem que censurando ambas todos aqueles que passam a vida a descortinar atitudes homofóbicas em todas as azias de empregadas de lojas, eu teria uma espécie de abordagem oposta, tendendo a desdramatizar, quase a ilibar alguns comportamentos declaradamente discriminatórios. E que isso teria a ver com a minha dificuldade em assumir claramente uma posição a favor da homossexualidade. Naturalmente, o que ela me diz não cai em saco roto (palavra que, neste contexto, não resisto a salientar...). E dei comigo a pensar no assunto, repetida e inopinadamente, muitas vezes. Concluí que, independentemente da causa, eu tenho permanentemente essa atitude. Que assumo sempre uma postura de tolerância, calma e serenidade, expoente máximo da caravana que passa enquanto os cães enrouquecem de tanto ladrar. Que não me movimento em defesa de nada, nem daquilo em que acredito. Que só me preocupo com o não fazer directamente mal ao próximo, com a contribuição anual para o Banco Alimentar e com a manutenção da harmonia familiar. Que não me empenho. Que não me interesso. E isto tem um nome. Que soa a coisa de provocar diarreia, ainda que desejada. E também cheira mal.

Comments:
minha querida, esqueceste-te da AMI.
hei-de responder a isto com calma, lá do outro lado ;)
 
Passei para deixar um beijinho...
e que tal continuar essas benditas "discussões" aqui por estes lados...;)
 
Descobri recentemente que também não suporto os olhares escrutinadores, sempre à procura de uma atitude homofóbica. Este exercício torna-me uma pessoa mais amarga, pelo qual, recuso-me a fazê-lo.
No entanto, neste caso (e outros) acho que o burburinho tem razão de ser. Por ser a empresa que é, o hino que é (ou melhor, a projecção que tem). Qualquer pessoa ou entidade pública tem a obrigação de pensar bem as suas afirmações e atitudes. E quem não pensa, acho que não deve ficar impune.

Quanto a isso do empenho, não me soas a pessoa pouco empenhada em quer que seja. E contribuir para o Banco Alimentar e AMI, já é empenho que chegue, comparando com muito bela gente (na qual me incluo).
 
As melhoras miúda...espero que não tenhas sido atacada por esta coisa que cheira mal...dá umas dores de barriga...:)
Beijo grande
 
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