quarta-feira, dezembro 28, 2005

 

CRÂNEOS, TÍBIAS, PERÓNIOS E... ALGUIDARES DE BAIXO!

Estou à espera do senhor da Tv Cabo. De castigo, em casa do meu querido mano que vai a não sei quantos mil pés de altitude rumo à Cidade Maravilhosa para 15 dias de férias! 40º! Pão de Açúcar. Água de coco. Tarte de limão. Shopping da Barra. Baía de Guanabara. Verde. Azul. Morro. São Judas Tadeu. Asa Delta. Comida a peso. Bijuterias. Vernis Risqué. Corpos ao léu. Sandálias. Vozes com música...

Quando aqui cheguei, o meu primo que estava de saída, perguntou-me porque não tinha ido eu também com toda a restante família passar o fim-de-ano tropical (que não difere muito da maioria dos que eles passam, na verdade...). Fiquei momentaneamente sem resposta. Arredondei os olhos, como sempre faço quando se me pára o cérebro seja por perplexidade, zanga ou mesmo simples estupidez, e balbuciei: "porque tenho de trabalhar...". E logo a seguir, já senhora da situação, muito convicta da irrefutabilidade do argumento: "Sabes que estou de baixa há 2 meses!!!".

E estou mesmo. Nunca estive tanto tempo em inactividade como agora. E o pior é que me sinto capaz de prolongar isto por mais algum tempo. Que é uma maneira um pouco menos mariquinhas de dizer que não me sinto capaz de retomar a minha vida normal. De assumir as responsabilidades que são minhas, que eu escolhi e de que me orgulho.

Sentir-me assim faz-me pensar na inevitabilidade do passar do tempo e no efeito que isso tem no nosso corpo. Tenho pavor de envelhecer. Toda a gente sabe disso. Não faço nenhum segredo da minha obsessão em esconder os 3 cabelos brancos que já descobri no cucuruto. Há uma data de coisas que posso fazer para enganar o passar do tempo. Nomeadamente manter o "espírito jovem". Expressão que, só por si, diz logo tudo. É mesmo conversa de velho. Como dizer "um rapaz da minha idade"! Posso até tentar atrasar um pouco o involuir das minhas capacidades físicas, mantendo uma boa alimentação, praticando exercício físico, blá blá blá... mas o tempo passa. Inexoravelmente. E quando estamos perante uma situação que já vivemos, até várias vezes, só que há alguns anos, não resistimos a comparar a forma como nos sentimos. Como o nosso corpo reage às exigências que lhe são feitas. Como está lento a recuperar. Como implora descanso, sono, sossego... E não há nada a fazer senão responder-lhe. Com o melhor que tivermos para dar. Com toda a dedicação. Sob pena de sucumbirmos à falência total.


(Sim. Eu sei que o título do post parece não ter nada a ver com o texto... Mas ela sabe ao que me refiro!!!)

Comments:
:))))
já me fartei de rir ao ler isto e lembrar-me da nossa conversa telefónica!!!
 
pois eu achei o titAlo muito a propósito e pra já e pra que conste gosto muito de ti de qualquer maneira ... mais nova e um pouco menos nova :-)
 
Pois eu também gosto tanto de ti, minha Bifa querida! Ainda te telefono antes do ano que vem. Prometo!
 
Também eu gostei de ler a tua 'confidência' acerca destas situações que tanto te preocupam...
não ligues aos cabelos brancos.. pode ser que fiques com um aspecto charmoso. Mas disseste três??? Que é isso! lol
 
se são só três branquitas, tás muito bem conservada ó maria carolina!
olha que as minhas, já lhes perdi a conta! ah juventude, malhér!
um abraço e um 2006 melhor que 2005!
 
Eu tenho também um terror da velhice, falência do corpo, morte, etc. Mas há, como dizes, que manter o espirito jovem e tratar do corpo o melhor possível (coisa que... coitadinho dele... não tenho feito).
 
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