sexta-feira, janeiro 20, 2006
QUADRÚPEDE EM STILETTOS
(Podia mandar-te um mail. Mas respondo-te aqui que é de maneira que escrevo um post. Parece que é comportamento mais ou menos suposto quando se tem um blog...)
Não me escandalizo nada com o que dizes acerca do dinheiro gasto em terapia. Muito pelo contrário! Concordo, em absoluto, que é muito. O que não significa que seja demasiado. Ou mal gasto. Sabes, talvez não te tivesse valido de nada comprar um guarda-roupa decente. Porque o senhor que te lança piropos numa língua exótica conseguiria apenas aborrecer-te de morte. Irias sentir por ele desprezo, talvez até alguma repugnância, mulher de sentires arrebatados que és. Hoje fez-te dar uma gargalhada tolinha, hein? E ainda deu tempo para reparares no senhor da secretaria que te espreita as pernas... porco libidinoso! E no entanto...
(Adiante! Que esta conversa não tem interesse nenhum. E o que me trouxe aqui foi uma acção de make-up consulting...)
Baton vermelho implica sempre o uso de lápis delineador. Da exacta cor do baton. Com mão firme, os dedos mínimo e anelar dobrados, apoiados no queixo, num gesto decidido, não demasiado lento para não tremer nem demasiado rápido para não ficar descontrolado, traças o contorno do teu lábio superior esquerdo. Do centro para fora. Ao chegar à comissura, libertas um pouco a pressão exercida sobre o lábio, para suavizar o traço. Retornas ao centro, num gesto fingido, sem tocar na pele. Equilibras o gesto. Calibras a pressão exercida pelo punho. Contornas o lado direito. Mesmo sobre o traço que define a fronteira das texturas da pele do rosto e do lábio. Nem mais acima nem mais abaixo. Que os teus lábios são cheios e carnudos e não precisam de falso volume. Com o dedo médio, dás um ligeiro toque no lápis, fazendo-o escorregar entre o polegar e o indicador apenas 1 ou 2 milímetros. Traças a linha do lábio inferior. Duma só vez. De novo com punho firme. Nunca retoques. Se não ficar bem, apaga. Limpa. E começa de novo. Segura no baton, aberto apenas 1 centímetro. Encosta-o ao lábio. Segue a mesma ordem: centro-exterior esquerdo-centro-pausa-exterior direito-pausa-desce-esquerdo-direito. Dá pequeninos e leves toques - para acentuar a cor - tanto no meio do lábio inferior como junto ao centro do lábio superior. Neste, com muito cuidado. Para não estragar a curva deliciosa que o divide. Nunca apertes os lábios a seguir. Se os quiseres de um vermelho mais profundo, carregado, podes apertar um pouco de papel entre eles, para absorver o excesso de brilho, e repetir a passagem do baton. Se te sentires particularmente glamourosa, deixa-os assim, cheios de brilho, anúncios de promessas. Do que te apetecer.
Não me escandalizo nada com o que dizes acerca do dinheiro gasto em terapia. Muito pelo contrário! Concordo, em absoluto, que é muito. O que não significa que seja demasiado. Ou mal gasto. Sabes, talvez não te tivesse valido de nada comprar um guarda-roupa decente. Porque o senhor que te lança piropos numa língua exótica conseguiria apenas aborrecer-te de morte. Irias sentir por ele desprezo, talvez até alguma repugnância, mulher de sentires arrebatados que és. Hoje fez-te dar uma gargalhada tolinha, hein? E ainda deu tempo para reparares no senhor da secretaria que te espreita as pernas... porco libidinoso! E no entanto...
(Adiante! Que esta conversa não tem interesse nenhum. E o que me trouxe aqui foi uma acção de make-up consulting...)
Baton vermelho implica sempre o uso de lápis delineador. Da exacta cor do baton. Com mão firme, os dedos mínimo e anelar dobrados, apoiados no queixo, num gesto decidido, não demasiado lento para não tremer nem demasiado rápido para não ficar descontrolado, traças o contorno do teu lábio superior esquerdo. Do centro para fora. Ao chegar à comissura, libertas um pouco a pressão exercida sobre o lábio, para suavizar o traço. Retornas ao centro, num gesto fingido, sem tocar na pele. Equilibras o gesto. Calibras a pressão exercida pelo punho. Contornas o lado direito. Mesmo sobre o traço que define a fronteira das texturas da pele do rosto e do lábio. Nem mais acima nem mais abaixo. Que os teus lábios são cheios e carnudos e não precisam de falso volume. Com o dedo médio, dás um ligeiro toque no lápis, fazendo-o escorregar entre o polegar e o indicador apenas 1 ou 2 milímetros. Traças a linha do lábio inferior. Duma só vez. De novo com punho firme. Nunca retoques. Se não ficar bem, apaga. Limpa. E começa de novo. Segura no baton, aberto apenas 1 centímetro. Encosta-o ao lábio. Segue a mesma ordem: centro-exterior esquerdo-centro-pausa-exterior direito-pausa-desce-esquerdo-direito. Dá pequeninos e leves toques - para acentuar a cor - tanto no meio do lábio inferior como junto ao centro do lábio superior. Neste, com muito cuidado. Para não estragar a curva deliciosa que o divide. Nunca apertes os lábios a seguir. Se os quiseres de um vermelho mais profundo, carregado, podes apertar um pouco de papel entre eles, para absorver o excesso de brilho, e repetir a passagem do baton. Se te sentires particularmente glamourosa, deixa-os assim, cheios de brilho, anúncios de promessas. Do que te apetecer.
Comments:
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nossaMaria, podemos saltar as aulas dos batons à frente que eu com os lábios é mais baton de cieiro ou, quanto muito, gloss, e passar directamente para as aulas sobre como pintar olhos tão pequenos como os meus em condições?
a menina podia fazer o favor de me emprestar este pedacinho para eu erotizar o meu blogue? é que tá mesmo apetecível. não sei quem lhe mereceu a lição, mas tá baril!
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