segunda-feira, abril 30, 2007

 

ALÍVIO

Há que tempos que não escrevo!... E, mesmo agora, já apaguei sei lá quantas frases começadas. Nunca faço isso. Escrevo sempre de enxurrada, sem censura nenhuma, sem reler. No fim, copio para o word porque morro de vergonha de dar erros e, corrigido o texto, "pranto-o" aqui. Estas voltinhas são bem demonstrativas de quanto sou coca-bichinhos... mas porque é que não escrevo no word e só copio uma vez??? Sou tão obsessiva, graças a Deus!...

Estou plena de coisas para dizer. Devo ter deixado passar tempo de mais e agora está tudo compactado cá dentro, uma amálgama de sentires todos misturados, já sem características próprias. E como falar dessa massa de cor parda já sem forma nem conteúdo distinto?

Faço uma pausa. Hoje é um bom dia para isso. Fecho os olhos e e cavo um túnel para dentro. Parece que me desfolho. Fica tudo do avesso. Olho para os meus braços e vejo músculos, veias, sangue, carne. Tudo de fora. E eu ligeirinha. A correr por dentro de mim, a escorregar na pele virada para dentro. Suave, quente e lisa.

Chama-me o médico "morta-viva". Que foi por um triz. Que disparate! Não sinto nada disso. Desprezo o dramatismo que imprimem ao que me dizem. Sabem lá que estive a anos-luz de me acabar. Confiro: o amor imortaliza-nos.

E do perdão? Em oposição ao esquecimento. Quem perdoa não esquece. E quem esquece não releva. Não quero esquecer. Nunca quis. Nunca o fiz. Lembro-me de tudo. Quero que assim seja. Preciso da memória para perdoar, para me reconciliar. Com quem me magoa, ofende, estraga. E comigo, sobretudo. Apaziguar-me com as recordações dolorosas, integrá-las em mim, tijolos do meu Ser. Produzir a mais sublime alquimia. A transformação do prosaico em divino.

Pronto! Era só isto, afinal. Parece pouco mas está cá tanto. Sinto um entorpecimento. Tenho as vísceras expostas há tempo demais. É bom que reponha a ordem. Vou já abrir os olhos e voltar a ter um aspecto normal.

Comments:
qual por um triz!?!?!!!
e nós lá deixávamos que fosse assim?
 
bem-vinda de volta às palavritas escritas e copiadas p o word ;)
 
Pois... também ando sempre a ter cuidado com a nossa língua...

Felizmente ainda há blogues com textos sem aquela escrita maluca que se utiliza agora!

Bem hajas por escreveres bem e teres cuidado com isso!

cumprimentos,
A.M.
 
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