segunda-feira, março 24, 2008
BALIZAS
Hoje acordei agitada. Quando me perguntam porque não escrevo mais, respondo que só consigo fazê-lo quando já não me cabe dentro. Pois hoje, não coube. Mas, sem que pudesse fazer nada para contê-lo, saiu-me o conteúdo por todos os poros. Extravasou como acontece ao leite do fervedor naquele segundo em que nos viramos para agarrar na pega. E o que fica no fogão não serve para nada. Só para dar trabalho a limpar.
Devo ter ficado tão desalentada que a força suprema que me rege e orienta, fé que tenho incondicional, levou estes dedinhos e estes olhinhos, a dar com um texto maravilhoso. Foi-me directo ao coração. Deixo-vos um bocadinho, aquele que gostaria de ter escrito eu. Mas vão ler o resto.
Desde aquela altura em que fui viver sózinha, demasiado cedo, que percebi que se perdesse algumas rotinas perdia-me a mim. Precisava delas para darem lastro à minha vida e para, apoiada nelas, poder fazer todas as loucuras que achava que tinha e podia fazer. Por mais perdida que andasse nunca jantei sem ser de mesa posta, nunca bebi um chá sem pôr um pires por baixo da chávena, nunca comi peixe com talheres de carne. Pormenores? Não, rotinas que nos seguram, por pequenas e fúteis que sejam. Posso tergiversar (esta é uma das minhas palavras preferidas) em muitas coisas, mas tento manter alguns padrões na minha vida para não me sentir completamente perdida. Aprendi, à minha custa, que se questiono todas as regras fico sem regras nenhumas e perco-me definitivamente. Assim, vou-me segurando no que parece que não tem importância, mas que tem a importância de me fazer sentir pertença de um lugar e de alguém.
Devo ter ficado tão desalentada que a força suprema que me rege e orienta, fé que tenho incondicional, levou estes dedinhos e estes olhinhos, a dar com um texto maravilhoso. Foi-me directo ao coração. Deixo-vos um bocadinho, aquele que gostaria de ter escrito eu. Mas vão ler o resto.
Desde aquela altura em que fui viver sózinha, demasiado cedo, que percebi que se perdesse algumas rotinas perdia-me a mim. Precisava delas para darem lastro à minha vida e para, apoiada nelas, poder fazer todas as loucuras que achava que tinha e podia fazer. Por mais perdida que andasse nunca jantei sem ser de mesa posta, nunca bebi um chá sem pôr um pires por baixo da chávena, nunca comi peixe com talheres de carne. Pormenores? Não, rotinas que nos seguram, por pequenas e fúteis que sejam. Posso tergiversar (esta é uma das minhas palavras preferidas) em muitas coisas, mas tento manter alguns padrões na minha vida para não me sentir completamente perdida. Aprendi, à minha custa, que se questiono todas as regras fico sem regras nenhumas e perco-me definitivamente. Assim, vou-me segurando no que parece que não tem importância, mas que tem a importância de me fazer sentir pertença de um lugar e de alguém.
Comments:
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Tenho lido e relido este texto e, sempre que o faço, algo me impele a escrever. Não sei porque não o fiz, tão pouco a razão pela qual a faço agora. Nem sei se estou a escrever para que me respondam ou se estou a escrever para mim. A verdade é que quando li da necessidade de haver algumas regras que, de alguma forma, dê continuidade às raizes, me pergunto se será assim? E se assim é, então qual a razão do descontínuo...contínuo e, tentando "encaixar" a mensagem do texto, pergunto-me se tenho ou não regras. encontro regras nas "não" regras e pergunto-me mais uma vez se serão afinal, isso, também regras. o organizado desorganizado... e sempre aparece mais uma pergunta...
Adar com um texto maravilhoso.
muito boas, mo' gostou muito, da mesma maneira que o blog, obrigado muito
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muito boas, mo' gostou muito, da mesma maneira que o blog, obrigado muito
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