segunda-feira, dezembro 27, 2010

 

O SENTIDO DO MESTRE

Questiono-me inúmeras vezes sobre o sentido da vida. Nada de especial nem diferente do que se passa com a maioria das pessoas com quem me dou. O meu mestre, que me ensinou quase tudo o que sei fazer na minha actividade profissional de eleição, convencia-me que é uma busca que um dia termina. Que, de repente e sem receitas, um dia tudo encaixa e faz sentido e, supostamente, atingimos um estado, se não da felicidade que fantasiamos, pelo menos (menos?) de uma serenidade imune às turbulências da vida mundana. Tenho quase a certeza de que morreu sem atingir esse estado. Sem saber porque cá andava, para onde a vida o levava. Ou talvez, mesmo no fim, tivésse chegado lá... Por ele mas, sobretudo, egoisticamente, por mim, quero acreditar que assim aconteceu. Porque quero continuar à procura de algo que mantenho a fé de encontrar. De outra forma, a própria busca perde o sentido. E também não quero encarar a possibilidade de que seja, precisamente na busca, que se consubstancie o sentido. Isso faria de nós meros corredores de uma maratona infindável, sem a possibilidade sequer de gerir sprints e endurances, por não nos ser dado conhecer o quanto dista a meta.

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